Urupema está localizada a altitude média de 1.425 metros, a mais alta para uma cidade catarinense, sendo considerada a cidade mais fria do Brasil. Aqui, a temperatura média é de apenas 13 ºC, podendo chegar a 14 ºC negativos na relva, especialmente nos meses de junho, julho e agosto. Na rota do turismo da Serra Catarinense, a cidade se destaca também pela natureza exuberante e por ser uma das poucas do mundo inteiro a cultivar a sensível truta da espécie arco-íris em um riacho bem no centro da cidade. 

Com uma gastronomia rica em pratos de truta e com um povo que soube manter vivas as tradições das lides campeiras, Urupema é um destino ideal para quem quer aproveitar as belezas naturais e fugir da mesmice. Neste post, dando continuidade à nossa série dedicada à Serra Catarinense, compilamos as melhores dicas do que fazer em meio ao frio urupemense. Continue a leitura e prepare o seu roteiro!

 

Um pouco sobre Urupema

Urupema tem uma população estimada em cerca de 2.500 habitantes e está localizada a 206 km da capital Florianópolis. O nome da cidade vem da língua indígena Tupi e alude a uma peneira de fibras vegetais usada na pesca e também nas lides domésticas para peneirar diversos tipos de farinha.

Apesar do frio que faz na região, os pioneiros desta cidade catarinense foram atraídos pela abundância da vegetação araucária.

 

Morro das Torres

O Morro das Torres é o ponto mais alto de Urupema – são mais de 1700 metros acima do nível do mar! O local é de fácil acesso, sendo um dos melhores pontos de todo o Brasil para apreciar a queda de neve.

O acidente geográfico deste morro e as características climáticas da cidade fazem deste um local único – nele, o nevoeiro congelante, conhecido pelos geógrafos como “sincelo”, acontece com frequência. Além disso, chuva granulada, chuva congelada e neve ocorrem simultaneamente.  Para quem aguenta bem o frio, as vistas são de tirar o fôlego.

 

Cachoeira que Congela

Uma boa amostra de quão fria é esta cidade da Serra Catarinense é esta cachoeira, localizada perto do Morro das Torres. Trata-se de uma pequena cascata (com 55 metros) que costuma ficar completamente congelada nos dias mais frios do inverno urupemense.

Esse fenômeno espetacular, que atrai inúmeros turistas, acontece porque a queda de água localiza-se em um enclave, uma pequena reentrância que fica totalmente sombreada durante o dia, o que permite que o ar frio do Morro das Torres abaixe a temperatura a ponto de congelar a água.

 

Trutas no rio Caronas

No centro de Urupema, no seio do rio Caronas, é cultivada uma espécie delicada de truta que, embora seja uma das mais famosas e procuradas em todo o mundo, é extremamente sensível à poluição. É possível observar esta truta em pleno dia e, além disso, deliciar-se com pratos à base dela em restaurantes da cidade.

 

Cavalgada Rota Santana

Para quem gosta de aventura, esta é a atividade ideal em Urupema.

Ofertada desde 2005 por uma parceria entre a Secretaria de Turismo e a Fazenda do Barreiro (SC 438, km 43), a cavalgada é feita no lombo de um cavalo durante dois dias, passando por inúmeras fazendas em diferentes localidades da região. Para agendar a atividade, entre em contato com a Secretaria de Turismo nos telefones (49) 3236-1226 e (49) 3236-1195.

 

Taipa

“Taipa” é o nome que recebem os muros feitos de pedras basálticas, encaixadas firmemente umas às outras, que desempenham diversas funções: demarcar as propriedades, confinar o gado ou mesmo indicar caminhos. Algumas dessas construções, encontrados por toda a Serra Catarinense, são centenários, tendo resistido heroicamente ao tempo.

Em Urupema, a concentração desses muros é muito maior, o que torna as taipas mais emblemáticas, espécie de testemunho vivo da engenhosidade do serrano e da cultura da região. Repare nas construções durante o percurso leva à cidade.

 

Ecoturismo rural

O Hotel Fazenda Serra do Panelão oferece ao visitante a experiência do ecoturismo em Urupema. Com atividades variadas, como caminhadas, cavalgadas e pescarias, é possível aproveitar o que de melhor a natureza tem a oferecer. Na prática do montanhismo, em dias de bom tempo, é possível ver a olho nu o Morro das Torres, localizado a mais de 1.300 metros no município de Urupema, assim como o Morro Bela Vista do Ghizoni, em Bom Retiro.

O hotel serve a gastronomia local, com pratos típicos catarinenses e conta também com piscina térmica e cabanas.

Por hoje é tudo, mas esta é apenas a nossa segunda paragem na Serra Catarinense. Para acompanhar todos os nossos próximos destinos, siga as nossas redes sociais – curta agora mesmo a nossa página no Facebook e no Instagram. Até o próximo post!

Fonte da foto de capa: Felipe Vieira

Roder Cypriano

Mateando

Região mais fria do Brasil, conhecida como a Sibéria tupiniquim, este é o único lugar do nosso país onde é quase certo encontrar neve durante o inverno. Ano a ano, o verde-amarelo das araucárias, o relevo dos cânions e os musgos sobre os muros de pedra cobrem-se de branco. Nesse cenário monocromático, as águas das cachoeiras congelam, e nos interiores das casas saboreia-se um bom vinho, cujas uvas foram plantadas, colhidas e fermentadas logo ali, num terroir das proximidades.

Falamos da Serra Catarinense, uma região que, apesar de abrigar algumas das belezas naturais mais incríveis que podem ser contempladas neste país, na verdade é mais conhecida pelos estrangeiros do que nós próprios, brasileiros. Num movimento de valorização das nossas riquezas, o Mateando dá hoje início a mais uma série dedicada ao nosso Sul!

 

À semelhança do que já fizemos para a região do Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, exploramos o que de melhor a região catarinense tem para oferecer ao turista e, para cada parada, apresentamos uma espécie de roteiro para aquilo que o viajante não pode deixar de visitar.

 

Abrindo os trabalhos, no post de hoje traçamos um voo panorâmico pelas belezas naturais, pela gastronomia, pela cultura e por algumas das principais localidades da Serra Catarinense que abordaremos ao longo de toda a série. Preparado? Então, vem com gente!

 

As espetaculares paisagens da Serra Catarinense

Sem dúvida, um dos maiores atrativos da Serra Catarinense, que tornam a região tão especial, são as paisagens naturais de tirar o fôlego. Cânions com mais de 1.500 metros de altura, florestas de araucárias, cachoeiras, colinas, rios, vales, fazendas, estradas sinuosas, trilhas pouco exploradas e campos verdinhos que se espraiam até se perderem no horizonte… Com tanta diversidade, não é à toa que afirmamos que percorrer estas bandas é deparar-se com alguns dos cenários naturais mais belos e ricos que o Brasil tem para oferecer. 

 

A Serra Catarinense está localizada nas mesorregiões do Oeste e parte do Norte Catarinenses, a cerca de 100 km do litoral e a menos de 200 km da capital Florianópolis – aliás, diz-se que, nos dias de céu de brigadeiro, é possível avistar o litoral a dezenas de quilômetros do alto de um cânion. São 19 os municípios que integram a região, estendendo-se por uma área de mais de 16. 000 km², o que equivale a 17% de toda a extensão do estado de Santa Catarina.

 

Cerca de 80% desse território está localizado acima dos 300 m de altitude e 52% acima de 600 m. É nesta região que se localiza o ponto mais alto do estado, o Morro da Boa Vista. Situado entre os municípios de Urubici e Bom Retiro, esse cânion chega aos 1.827 m de altura em relação ao nível do mar. Ligeiramente mais baixo, o Morro da Igreja, localizado em Urubici, figura em segundo lugar com 1.822 e é considerado o ponto habitado mais alto da região Sul do Brasil.

 

A Sibéria brasileira

A Serra Catarinense é, tradicionalmente, tida como um destino de inverno. Com seu clima de altitude, o frio é forte, podendo atingir os 15ºC negativos, e, ainda que por poucos dias, torna as geadas e a neve fenômenos corriqueiros. No já referido Morro da Igreja, foi registrada a menor temperatura de todo o Brasil: os incríveis 17,8°C negativos.

A pequena cidade de São Joaquim é destaque nesse turismo gélido. Com 24 mil habitantes, ela virou sinônimo de neve. Ano a ano, as câmeras de televisão do país voltam-se para a localidade assim que as temperaturas caem, pois este é um dos primeiros destinos da Serra onde neva. Com mais frequência, o fenômeno acontece no inverno, entre os meses de junho e setembro, mas pode ocorrer também no outono e no início da primavera.

Com esse toque especial na paisagem, que faz a alegria de turistas de todas as querências, é possível apreciar o conforto e o aconchego de uma pousada ou de um resort especialmente equipado para enfrentar o frio. Festa do Pinhão, bonecos de neve, passeios, voos de balão, cavalgadas, ensaios fotográficos ou apenas apreciar um bom vinho em frente à lareira – há muito que fazer por estas bandas no inverno.

 

Para relaxar e recarregar as energias

A Serra Catarinense abriga os primeiros hotéis-fazenda e pousadas rurais do Brasil, tendo sido pioneira no turismo rural. Atualmente, há uma farta oferta desse tipo de estabelecimentos e de estâncias, que proporcionam ao viajante todo o conforto e aconchego, além de atividades e de toda uma infraestrutura de lazer.

 

Por exemplo, quem não quer começar o dia com uma cavalgada ao ar livre, respirando o ar puro de uma região montanhosa? Ou relaxar em um dia de pescaria, finalizado com uma deliciosa comida caseira, com gostinho dos sabores do campo?

 

Aventure-se no paraíso do ecoturismo

Para além do turismo rural, a Serra Catarinense é um destino ideal para os amantes do ecoturismo. Rapel, trekking, canyoning, mountain bike, tirolesa, balonismo, entre outras atividades, como a pesca esportiva da truta, estão entre as opções disponíveis para o viajante aventureiro.

 

Há roteiros de aventuras radicais especialmente pensados para o público destemido – pedaladas em terrenos íngremes, travessias por cabo de aço a uns quantos metros de altura, caminhadas pelas bordas de cânions gigantes, descidas frenéticas em cachoeiras… Os Cânions da Ronda, do Funil e das Laranjeiras, em Bom Jardim da Serra, e do Espraiado, estão entre os principais destinos.

 

Turismo enófilo e gastronomia regional

A Serra Catarinense é conhecida como um novíssimo e promissor mundo – de fato, alguns dos melhores vinhos nacionais são produzidos aqui. Então, para os amantes do vinho este passou a ser um destino obrigatório.

 

Santa Catarina é o terceiro maior produtor de uvas do Brasil e vem ganhando território no turismo especificamente voltado para os vinhos, com suas chamadas “vinícolas-butique” – empreendimentos elegantes (pequenos ou médios), voltados à produção de vinhos finos e espumantes de qualidade, servidos em pousadas charmosas.

 

Atraindo milhares de turistas todos os anos, a Rota dos Vinhos Finos de Altitude é um caminho composto por 22 vinícolas abertas à visitação – e degustação, claro. Percorrendo nove cidades catarinenses (São Joaquim, Água Doce, Videira, Campo Belo do Sul, Urupema, Urubici, Bom Retiro, Rancho Queimado e Treze Tílias), o visitante conhece a região de um modo único e tem contato com produtores juntos são responsáveis por mais de 1,5 milhão de garrafas por ano. Uma das alturas ideias para fazer o trajeto é em março, durante a vindima, período de colheita da uva.

 

Além disso, a gastronomia regional e campeira surpreende o visitante, com receitas de dar água na boca. Tudo servido com muita fartura e sabor, destacam-se os pratos à base de pinhão, truta e carne de gado. Além disso, há fondues, entreveros, sopas e caldos para todos os gostos. O ragu, doce típico da região, e o queijo serrano são também imperdíveis.

 

Nosso roteiro

Ao longo da nossa série, percorreremos sete das 19 cidades da região da Serra Catarinense: Lages, Urupema, Urubici, Rio Rufino, São Joaquim, Bom Jardim da Serra e Bom Retiro.

 

Quer saber o que visitar e fazer em cada uma delas? Então, siga as nossas redes sociais que a viagem está só começando! Clica aqui para curtir a nossa página no Facebook e no Instagram. Até a próxima!

Roder Cypriano

Mateando