Numa série única que temos publicado aqui no blog e que traduz um movimento de valorização das nossas riquezas gaúchas, percorremos de norte a sul a bela região de Campos de Cima da Serra, infelizmente ainda não explorada como merece.

 

No post de hoje, falamos de Pinhal de Serra. Herdeira das culturas ancestrais indígenas, repleta de cenários de tirar fôlego, além de gastronomia farta e variada, esta simpática cidadezinha com menos de 3 mil habitantes oferece ao viajante um local de cultura pulsante, paz e serenidade. Continue a leitura e conheça dicas de visitação para ajudar você a preparar a sua próxima viagem!

 

Um pouquinho de história

A origem do nome de Pinhal da Serra está relacionada a um povoado que remonta ao início do século XX. Segundo o relato dos antigos moradores, a atual localidade em questão era conhecida pelo nome São José dos Tocos, devido à sua grande quantidade de tocos, e pertencia ao município de Vacaria.

Em 1920, os moradores dessas terras, juntamente com os de Serra dos Gregórios, uniram esforços para construir uma capela em honra a São José. Em razão disso e da existência de grande quantidade de pinheiros na área, o povoado passou a ser chamado de São José dos Pinhais. Em 29 de novembro de 1938, a Capela São José também passou a ser chamada de Pinhal da Serra. Após vários anos de luta, o município foi criado então em 17 de abril de 1996, mas só foi instalado em 1.º de janeiro de 2001.

Atualmente, as principais fontes econômicas do município são a agricultura, a pecuária e a produção de energia. Destacam-se as produções de feijão, milho, trigo, o cultivo de soja, a fruticultura e a horticultura.

 

O que visitar em Pinhal da Serra

 

A seguir, preparamos uma lista de lugares e atividades para quem planeja conhecer Pinhal da Serra.

 
Parque Arqueológico do Homem das Araucárias

O Parque Arqueológico do Homem do Planalto das Araucárias, criado em 2016, é composto por floresta subtropical subcaducifólia com araucárias alternadas com campos de gramíneas.

 

Resultante da construção da UHE Barra Grande, o objetivo da criação deste parque foi o de disponibilizar conhecimento produzido em diferentes áreas, especialmente as da Biociências e Geociências, por meio da “realização de exposições temáticas, de vídeos, de palestras, de estudos interdisciplinares e da museologização de sítios arqueológicos a serem abertos à visitação pública e da elaboração de roteiros turísticos ecológicos e culturais”.

 

 

Roteiro Turístico Águas da Natureza

 

Ideal para quem gosta de natureza, este roteiro é uma oportunidade de conhecer as belezas da região e desfrutar de gastronomia típica. No percurso, estão exuberantes cascatas de águas cristalinas, paisagens naturais quase nada exploradas, contato com o artesanato local, enoturismo, trilhas ecológicas e campings ao ar livre. Para agendar o roteiro, entre em contato pelos telefones (54) 8403-8404 e (54) 3584-0250.

 

Festejos Farroupilha

 

Anualmente, no mês de setembro, uma Comissão especial, juntamente com a prefeitura, o CTG, O Piquete de Laçadores do Município e uma escola pública organizam as comemorações da Semana Farroupilha. Os festejos incluem tertúlias, cavalgadas, atividades culturais e apresentações artísticas e um tradicional café campeiro.

 

Bom, por hoje, é tudo! Mas se você não conferiu os demais destinos já percorridos na nossa série sobre as belezas rio-grandenses, esta é uma boa oportunidade: veja o que dissemos sobre Bom Jesus, São José dos Ausentes e Campestre da Serra. E em breve estaremos de volta com mais um destino – para não perder o que está por vir, é só seguir também as nossas redes sociais. Estamos no Facebook e no Instagram.

Até a próxima!

Roder Cypriano

Mateando

O nome do município de Jaquirana é herança indígena e deriva do termo “yaquirana”, que em tupi-guarani significa “cigarra cantadeira”, animal existente na região. A história do local remonta a 1900, quando, durante o desbravamento e a colonização da Serra Gaúcha, ali chegaram colonizadores em busca da madeira, o então chamado de “ouro branco”. Hoje, é cidade é inclusive conhecida como a Capital da Madeira no Rio Grande do Sul.

Jaquirana está situada a 200 km da capital Porto Alegre e possui uma população de cerca de 5 mil habitantes. Com uma topografia caracterizada por montanhas, ondulações, vales, campos e áreas de mata nativa, a cidade propõe ao viajante diversos atrativos para quem gosta de natureza e aventura.

 

Dando continuidade à nossa série dedicada às belezas da região de Campos de Cima da Serra, apresentamos dicas de visitação para quem deseja explorar a região e conhecer as riquezas do nosso estado. Vem com a gente!

 

O que visitar em Jaquirana?

A seguir, preparamos uma lista de lugares e atividades imperdíveis para quem planeja explorar Jaquirana.


Cascata Princesa dos Campos

Situada no Arroio dos Novilhos, na RS 476, esta cachoeira possui paredões de pedras e cascatas com trilhas. No local, há estrutura para camping, trilhas ecológicas, piscinas naturais e um campo de futebol. Há ainda a possibilidade de prática de rapel, para quem possui os equipamentos adequados.

 

Algumas outras cascatas que valem a pena conhecer na região são: Cascata do Venâncios (situada no rio Camisas – acesso pela estrada Cambará-Jaquirana); Cascata do Funil (situada no rio das Antas – acesso pela estrada Boa Vista); e Cascata Invernada de Baixo (situada no arroio Boqueirão – acesso estrada da Boa Vista).

 

Passo do S

Localizado no Parque Estadual do Tainhas a cerca de 10 km da cidade de Jaquirana, este passeio sinuoso (daí o motivo do seu nome) consiste em uma travessia do rio Tainhas por uma trilha que atravessa um jardim de bromélias e de flores de outras espécies. Dá para fazer a travessia até a outra margem de carro, a cavalo ou a pé – são cerca de 230 metros com um percurso demarcado por estacas e uma profundidade de cerca de 10 cm. O passeio termina com a vista para uma queda d’água de aproximadamente 100 m – a Cachoeira do Passo do S. Atenção! O percurso é acidentado e não é aconselhável para carros baixos.

 

Não há custo para visitação, que pode acontecer em qualquer horário do dia. Não há local para alimentação, por isso é aconselhável levar água e alimentos na mochila.

 

Morro da Cruz

Localizado no Morro da Cruz, de onde se pode ver toda a cidade e seus arredores, está o Cristo Redentor de Jaquirana. São cerca de 100 degraus para chegar até ao topo, mas a paisagem vale muito a pena. Neste morro está também instalada a Trincheira da Revolução, com três orifícios escavados na terra, que serviam de esconderijo aos chimangos na Revolução de 1923.

 

Trilhas ecológicas e passeios a cavalo

A cidade de Jaquirana possui diversas trilhas ecológicas, passeios durante os quais pode-se passear por regiões pouco exploradas, desfrutar de ar puro e do canto dos pássaros e de uma fauna e flora extremamente ricas.

Há também empresas que oferecem passeios a cavalo, com durações variadas. No percurso, há paradas para descanso e aperto de encilhas, até a chegada a um canto apropriado para um piquenique, à beira de um rio ou ao pé de uma cachoeira. O passeio geralmente é finalizado em uma fazenda, com pausa para jantar ou pernoite. Consulte o site oficial da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul para obter informações sobre as empresas licenciadas: https://www.turismo.rs.gov.br

Há ainda o atrativo dos pesque-pague – na região há o Pesque-pague Camping Recanto dos Pinhais e Pesque-pague Chácara dos Pinhais.

 

Espaço Cultural Ney Azambuja

Espécie de museu, este espaço relembra os tempos remotos de Jaquirana. Possui peças de porcelana antiga, ouro, prata e bronze. Pelo acervo, é possível reconstituir um pouco da história dos fundadores da cidade. Os objetos pertenceram à poeta Ney Azambuja, moradora de Jaquirana.

 

Onde ficar?

Uma boa opção para quem visita a cidade é ficar na Paradouro Princesa dos Campos, na Estrada Princesa do Campo, a 3 km da estrada asfaltada RS 110. À volta da pousada, há uma cascata entremeio à natureza abundante, ideal para passeios ao ar livre e trilhas.

 

Jaquirana é um local ideal para relaxar e recarregar as baterias. Para não perder pitada da nossa série dedicada a Campos de Cima da Serra, é só seguir as nossas redes sociais – estamos no Facebook e no Instagram. Até a nossa próxima!

Roder Cypriano

Mateando

Se você ama o Rio Grande, ama viajar, ama natureza e quer valorizar o seu estado, conhecendo uma região ainda pouco explorada, este post é para você!

Nele, damos continuidade à série única dedicada a Campos de Cima da Serra  e vamos parar a Lagoa Vermelha. Conhecida como a “capital gaúcha do churrasco”, com uma população de cerca de 30 mil pessoas, a cidade é formada por campos, planaltos, mata de Araucárias e montanhas e, por isso, agrada ao viajante que gosta de natureza e aventuras.  Continue a leitura e saiba por que vale a pena visitar esta simpática localidade!

Um pouquinho de história

Lagoa Vermelha é uma cidade centenária. A sua emancipação definitiva de Vacaria aconteceu em 10 de maio de 1881. Desde o séc. XVI, o território foi ocupado com gado, trazido pelos jesuítas. O caminho onde hoje se localiza a cidade foi aberto entre 1734 e 1736 e constituía parte da rota de tropeiros vindos de diversos pontos do estado.

Esses pioneiros paravam em Lagoa Vermelha para descansar antes de prosseguir viagem. Antes disso, os índios foram os primeiros habitantes da região e representavam vários ramos da tribo guarani. Já no séc. XIX, chegaram os imigrantes italianos, alemães e poloneses.

Uma lenda frequentemente associada à cidade relatava que, na época das Missões e Reduções Jesuíticas, padres perseguidos por mamelucos, procuraram esconder o seu gado e demais riquezas. Numa certa ocasião, quando estavam na iminência de serem alcançados, lançaram seus muares carregados dentro de uma lagoa que existia na região. Os animais submergiram e acabaram morrendo, e as águas se tornaram de uma cor vermelho amarelada, que nunca mudou de tom, que nunca alterou seu volume e que lembra o ouro.  Dessa lenda, resultou o atual nome da cidade.

O que visitar em Lagoa Vermelha

A seguir, preparamos uma lista de lugares e atividades para quem planeja conhecer Lagoa Vermelha.

 

Trilhas, passeios e cicloturismo

 

Como dissemos, Lagoa Vermelha está localizada em uma área privilegiada com belas paisagens naturais. Há roteiros que podem ser percorridos de diversas formas, seja caminhando ou por meio de bicicleta, jeep ou a cavalo.  Matas pouco exploradas, ar puro, formações montanhosas, rios e cachoeiras encantarão todos os visitantes.

Localizada a cerca de 30 km do centro de Lagoa Vermelha, a Cascata do Rio Inhandava é um dos destaques, sendo local apropriado para lazer e camping. O rio em questão é o mais volumoso e importante rio do município, abrigando uma cachoeira que movimentou a primeira usina do local, hoje desativada.

Para contratar um guia local, sugerimos entrar em contato com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto nos telefones 54 3358-9144 / 3358-3914.

Parque da Lagoa

Neste parque, está situada a famosa lagoa que deu origem ao nome do município, conforme relatamos anteriormente. O acesso ao parque é livre.

 

Festa Nacional do Churrasco

A Festa Nacional do Churrasco acontece bianualmente (em anos ímpares) no CTG Alexandre Pato, nos meses de janeiro e fevereiro, e é promovida simultaneamente com um rodeio internacional. Essas duas festas representam a preservação de alguns dos hábitos mais cultivados e conhecidos do Rio Grande do Sul.

A posição geográfica, a altitude, o clima e a pastagem dos campos de Lagoa Vermelha são propícios para que a carne local seja a mais saborosa do Brasil. “A excelente qualidade da carne, o corte incomparável, a tradição no preparo e o tempero singular” são diferenciais da carne servida no evento, segundo o site oficial da cidade. Para além de diversos tipos de churrasco, durante os dias de evento, há mostras de fotografia, comida e doces campeiros, além de shows e atrações culturais da região.

CTG Alexandre Pato

No Centro de Tradições Gaúchas Alexandre Pato é que se realizam as duas festas mais importantes da cidade, conforme relatamos no item anterior. O Centro é uma das maiores entidades tradicionalistas da região sul e realiza também as festas da Comida Campeira e Mostra do Doce Campeiro.

Igreja Matriz São Paulo

Esta igreja foi construída nos anos de 1951 a 1956, em homenagem ao padroeiro do município, São Paulo Apóstolo. É um belo monumento arquitetônico, principalmente no seu interior, decorado com pinturas de Emilio Zanon e vitrais vindos da França, retratando imagens da vida dos Santos. Em seu entorno, há uma pequena praça com bancos e árvores.

Bica Nossa Senhora Consoladora

Este é hoje um local de devoção e fé, que contempla no seu interior um pequeno bosque e uma gruta com a imagem de Nossa Senhora Consoladora. Inúmeros devotos visitam a bica para fazer pedidos ou agradecimentos.

Como chegar a Lagoa Vermelha

A cidade está localizada a 280 km da capital Porto Alegre. Partindo de lá, as vias de acesso são a BR 285 e a BR/RS 470. A passagem de ônibus entre as cidades custa em torno de R$ 70-80.

Bom, por hoje, é tudo! Mas se você não conferiu os demais destinos já percorridos na nossa série sobre as belezas rio-grandenses, esta é uma boa oportunidade: veja o que dissemos sobre Bom Jesus, São José dos Ausentes e Campestre da Serra. E em breve estaremos de volta com mais um destino – para não perder o que está por vir, é só seguir também as nossas redes sociais. Estamos no Facebook e no Instagram.

Até a próxima!

Roder Cypriano

Mateando

“Se queres ser universal, começa por cantar a tua aldeia”. O conselho é do escritor russo Leon Tolstói e, embora envolva um aparente contrassenso, torna-se facilmente compreensível se levarmos em conta que as nossas origens são algo que diz respeito a todos os seres humanos, sem exceção. De fato, a ligação ao nosso “cantinho primeiro no mundo” resgata relações únicas com a nossa identidade, cultura e valores próprios – uma experiência universal, pois todos viemos de algum lugar ou possuímos uma relação especial com algum local específico.

 

Podemos, então, atualizar a frase de Tolstói para dizer: “se queres ser universal, começa por conhecer a tua aldeia”. É o que propomos numa série de posts que a Mateando irá dedicar a lugares recônditos do Rio Grande do Sul.

 

Exploramos a bela região de Campos de Cima da Serra, uma das riquezas do nosso estado. Faremos uma viagem por algumas das principais cidades que integram a região – Bom Jesus, Cambará do Sul, Campestre da Serra, Esmeralda, Ipê, Jaquirana, Lagoa Vermelha, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, Pinhal da Serra, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes e Vacaria.

 

No post de hoje, mostramos um pouco da história, das atrações e das belezas de Campos de Cima da Serra. Conheça ainda dicas de visitação para desfrutar do que de melhor a região tem para oferecer.

 

Localização

Comecemos por alguns dados objetos de contextualização geográfica. Campos de Cima da Serra, que também é conhecida como “Campos de Vacaria”, está localizada a 200 km da capital, no extremo nordeste do Rio Grande do Sul, bem ali na divisa com Santa Catarina. A região ocupa uma área total é de 21.033 km² – onde cabem cerca de 42 vezes a cidade de Porto Alegre. Julho é o mês mais frio e janeiro é o mês mais quente, sendo que a temperatura média mensal varia de 11,4ºC a 22,1ºC.

 

As paisagens de Campos de Cima da Serra tornam a região uma das mais belas do estado, ideal para o ecoturismo. Vamos conhecer, a seguir, algumas das cidades que a integram e dicas do que explorar em cada uma dessas localidades.

 

Bom Jesus

Fundada em 1878, a cidade de cerca de 11 mil habitantes possui como pontos turísticos a Cachoeira da Usina e a Rota das Cascatas, perfeitos para quem gosta de natureza e caminhadas ao ar livre com cenários de impacto e beleza.

 

Campestre da Serra 

Neste município de menos de 4 mil habitantes, está localizada a Ponte do Korff, patrimônio histórico do Rio Grande desde 2006. Essa ponte metálica, inaugurada no ano de 1907, foi construída com assoalho de madeira e pilares de pedra, feitos com rebites, ou seja, sem parafusos. A ponte era usada por tropeiros em suas viagens e, portanto, representa um período importante da história local.

 

Esmeralda

Para além das paisagens naturais, o Memorial José Mendes é um dos atrativos da cidade. O museu, localizado em um prédio construído na forma de um violão, foi inaugurado em 2004 e conta a trajetória de José Mendes, cantor, violonista e compositor de música regional gaúcha.

 

Ipê

Hoje Capital Nacional da Agricultura Ecológica, Ipê tem uma história que remonta ao final do século XIX, com a passagem de imigrantes lusos e tropeiros pelo município. Região extremamente rica em cachoeiras, grutas e outras belezas naturais, é ideal para quem gosta de aventuras, rappel, escaladas e passeios ao ar livre.

 

Jaquirana

O Morro do Cristo é um dos atrativos da cidade, sendo o local que serviu de abrigo subterrâneo utilizado pelos revolucionários de 1923. O famoso Passo do S é a travessia do rio Tainhas, com trilha que incluiu um belo jardim de bromélias e outras espécies de plantas.

 

Lagoa Vermelha

Com cerca de 29 mil habitantes, Lagoa Vermelha está situado em uma região privilegiada, com belas paisagens naturais que são palco ideal para caminhadas, trilhas de bicicleta e cavalgadas. O parque da Lagoa, que deu nome ao município, é um dos destaques.

 

Monte Alegre dos Campos

A cada dois anos, o município realiza a Festa Municipal da Uva, de projeção nacional. O Penhasco dos Macacos Brancos um espaço ecológico com ampla área natural, trilhas, quedas d’água, penhascos, fauna e flora típica da região, além de cavernas e grutas.

 

Muitos Capões

Pequeno município que abriga a reserva ecológica de Aracuri-Esmeralda. Com uma área de 277 há, a reserva protege espécies ameaçadas de extinção como o papagaio-charão e a gralha azul e é apresenta uma flora extremamente rica, com espécies típicas da região.

 

Pinhal da Serra

Município rico em belezas naturais, ideal para quem aprecia cascatas e trilhas ecológicas. Destacam-se o Parque Arqueológico e a Usina Hidrelétrica Barra Grande. Anualmente, há campeonatos de tiro de laço que atrem laçadores, apreciadores e visitantes. Em setembro, a cidade se põe em festa para comemorar a Semana Farroupilha.

 

São Francisco de Paula

Ideal para quem deseja curtir a Serra Gaúcha, mas quer fugir da obviedade. A Trilha das Oito Cachoeiras e o Parque das Cascatas são os destaques. Na região central, é possível comprar artigo de couro, especialidade da região.

 

São José dos Ausentes

Conhecida como a cidade mais fria do Rio Grande, nela fica o ponto mais alto do estado, o Pico Monte Negro. Oito cânions, rios e cachoeiras compõem um cenário de grande beleza cênica.

 

Vacaria

Maior produtor nacional de maçã, no município acontece o maior evento tradicionalista da América Latina, o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria. As paisagens naturais, espalhadas por fazendas e parques, são destaques da região. Há ainda o Museu Municipal, que apresenta mais de 600 peças representativas da cultura e da tradição da região.

 

Aparados da Serra: os cânions gaúchos

Não à toa conhecida como a “Terra dos Cânions”, a cidade de Cambara do Sul é o ponto de referência para uma extensa cadeia de cerca de 250 km de bordas, com dezenas de cânions que se estendem até Santa Catarina, perfazendo o maior conjunto de formações do gênero de toda a América do Sul.

 

Essas formações recebem o nome de Aparados da Serra e proporcionam ao viajante uma experiência incrível, em meio a um cenário monumental e impactante. Fendas profundas, planícies elevadas, cachoeiras e paredões verticais de até 900 metros, formações de pura rocha basáltica com mais de 100 milhões de anos, tudo recortado pelas águas calmas dos rios: Aparados é de cortar a respiração.

 

Para os amantes da aventura, sugerimos duas trilhas na região, uma fácil e outra mais difícil:

 

Trilha do Vértice: Com baixo grau de dificuldade e cerca de 6 km de extensão (contando ida e volta), esta trilha é perfeita para iniciantes que querem conhecer a região e desfrutar de belas paisagens, mas ainda não têm fôlego para percursos maiores. No caminho, predomina a mata de araucária e há também mirantes em diferentes pontos de observação do cânion. A paisagem é de tirar o fôlego.

 

Trilha do Rio do Boi: Com alto grau de dificuldade, fica a 44 km de Cambará do Sul, dentro no Parque Nacional Aparados da Serra, mais precisamente no Cânion Itaimbezinho. São cerca de 10 km de extensão. A caminhada começa em área plana e às margens do rio e vai ficando mais sinuosa e difícil, com travessias pelas águas. O viajante se imbrica na mata e, em certas alturas, fica rodeado por com paredões rochosos com até 700 metros de altura. O visual incrível compensa todo o esforço.

 

Para percorrer as estradas de chão que ligam os parques de Aparados da Serra, aconselha-se o uso de veículos de terceiros, como os transfers de agências especializadas. Isso por que as estradas são bastante acidentadas e repletas de buracos e não apropriadas para veículos de asfalto.

 

Tradição e história

Além das paisagens incríveis e do solo fértil, Campos de Cima da Serra é uma região com uma história e uma cultura muito ricas. Os primeiros habitantes foram os índios, que deixaram vestígios em casas subterrâneas e em objetos encontrados em escavações. Ainda assim, hoje predomina a cultura dos tropeiros, gaúchos que atravessavam o país comercializando animais e produtos.

 

Em Campos de Cima da Serra, os corredores por onde passavam as tropas de mulas desses viajantes estão sendo transformados em rotas para o turismo. As construções em estilo colonial português, feitas em madeira, e os extensos mangueirões de pedras que cortam campos são testemunhos dessa herança.

 

Na culinária, o viajante desfruta de comidas campeiras, com o pinhão, o charque, a abóbora, a mandioca, o churrasco e sobremesas de origem portuguesa, como o doce de gila.

 

Onde ficar

A hospedagem em Campos de Cima da Serra depende muito da cidade onde o viajante queira assentar pouso. Além dos tradicionais hotéis, há chalés e pousadas dentro de fazendas, onde é possível se sentir em casa, desfrutando de comida caseira e de um chimarrão com pinhão cozido depois de um dia de trilhas.

 

A Pousada do Engenho, em São Francisco de Paula, é especializada no atendimento a casais. Ao todo, oferece 14 cabanas, além de uma casa na árvore com um minirrestaurante, construído sobre uma enorme canela preta, onde apenas um casal é atendido por vez. Há também um spa e passeios e turismo ecológico organizados pelo estabelecimento. 

 

Viajar por Campos de Cima da Serra é conhecer parte da essência do povo rio-grandense e percorrer paisagens únicas e ainda pouco exploradas.  Quem visita sente-se logo em casa e descobre como a simples combinação da natureza e da hospitalidade humana podem tornar uma região inteira tão inesquecível.

 

Bom, por hoje, é tudo, mas a nossa série sobre as belezas rio-grandenses está só começando. Se você procura por algo diferente para uma aventura de fim de semana ou mesmo se vem de longe e quer conhecer regiões ainda pouco exploradas, mas dotadas de uma riqueza cênica e cultural únicas, esta série é para você. Para não querer nada, é só seguir também as nossas redes sociais – estamos no Facebook e no Instagram. Até a próxima!

Roder Cypriano

Mateando